Notícia: Formação por meio de comunidade de aprendizagem: aprender juntos é transformar a escola

Formação por meio de comunidade de aprendizagem: aprender juntos é transformar a escola

Imagine uma escola onde os professores não aprendem sozinhos, mas em grupo. Onde ninguém ensina de cima para baixo, e todo mundo tem algo a compartilhar: da merendeira ao coordenador pedagógico, do professor mais experiente ao recém-formado cheio de ideias novas. Essa é a lógica da formação por meio de comunidade de aprendizagem, uma proposta que tem conquistado educadores em todo o país. E não é por acaso. 

Aprender em rede, de forma colaborativa, tem se mostrado uma alternativa potente à formação tradicional. Sabe aquela capacitação com palestra longa e pouca troca real? Pois é. O modelo das comunidades de aprendizagem vai na direção oposta: valoriza o dia a dia da escola, as experiências de cada profissional e o poder da escuta ativa.

Mas afinal, o que é uma comunidade de aprendizagem? 

Não é um grupo de WhatsApp (embora eles também possam fazer parte 😄). Comunidade de aprendizagem é uma proposta de formação contínua e coletiva, onde os educadores se reúnem para estudar, refletir, trocar experiências e repensar práticas. A ideia é simples: quando a gente aprende junto, a gente cresce junto. 

No lugar da formação isolada, entra a aprendizagem colaborativa. Em vez de só receber conteúdo pronto, os participantes se tornam autores do próprio processo formativo. Eles compartilham desafios da rotina, analisam casos reais, testam estratégias em sala e voltam para contar o que funcionou e, principalmente, o que não funcionou. Tudo isso com apoio mútuo, sem medo de errar. 

No SESI, o protagonismo docente é regra 

Essa abordagem já é realidade em muitas escolas da rede SESI, que aposta no protagonismo do educador como motor de transformação.  

Por meio do Centro SESI de Formação em Educação, professores participam de comunidades formativas que colocam o “aprender juntos” no centro da prática. 

Quem conta mais sobre isso é a Kátia Marangon, gerente do Centro SESI de Formação: 

“Começamos esse trabalho em 2023 com professores do grupo de formação docente e mentoria.Nossa perspectiva envolve encontros presenciais e à distância, com professores de todos os estados do Brasil e do Distrito Federal. Eles compartilham dúvidas, experiências exitosas, independentemente da localização. Criam laços afetivos e se encontram presencialmente uma ou duas vezes por ano.”  

Imagem de formação do SESI

O grande diferencial está na metodologia ativa, mão na massa

“A formação não é só uma palestra: os professores criam juntos atividades e formas de desenvolver os conteúdos. Começamos com uma situação-problema, fazemos leitura prévia, trabalho em grupo com definição de papéis…Tudo para que a vivência formativa seja prática, real e aplicável em sala de aula”, explica Kátia. 

E os resultados? 

Os professores que participam das comunidades de aprendizagem também se tornam multiplicadores levando os conteúdos, metodologias e reflexões para seus colegas na escola. 

“O que os professores mais destacam é o impacto de serem formados por outros colegas que também estão no chão da escola. Isso gera engajamento, significado para os estudantes e maior motivação para aprender”, completa a gerente. 

Além disso, segundo Kátia, o modelo contribui diretamente para a melhoria da aprendizagem dos alunos. “Percebemos, junto ao sistema de avaliação, que o programa de formação influenciou nos resultados. A cada semestre, o desempenho dos estudantes melhora, porque a formação dos professores tem sido mais sólida, robusta e construída com eles.” 

E a metodologia serve para a escola pública? 

Sim! Essa metodologia é totalmente adaptável às realidades das redes públicas.  O SESI, inclusive, já apoia formações em parceria com secretarias de Educação de diferentes estados.  

Começar pode ser tão simples quanto reunir um grupo de professores dispostos a trocar ideias de forma sistemática. Um café, uma sala e abertura para escuta já são suficientes para dar o pontapé inicial. 

“Mesmo em contextos desafiadores, o professor precisa querer fazer a mudança. Não existe fator que influencie mais a aprendizagem do que um professor engajado, bem formado e que acredita no potencial dos estudantes.”, defende Kátia. 

Alunos com metodologia SESI

E se a sua escola quiser começar? 

Criar uma comunidade de aprendizagem não exige fórmulas prontas, mas sim abertura ao diálogo, escuta ativa e compromisso com a construção coletiva.  

Anota aí algumas dicas práticas para iniciar uma comunidade de aprendizagem: 

  • Organize encontros regulares com sua equipe pedagógica, com foco em temas que façam sentido para a realidade da escola.

  • Promova momentos de planejamento integrado, aproximando professores de diferentes áreas. 

  • Incentive o compartilhamento de experiências, tanto as bem-sucedidas quanto os desafios do dia a dia. 

  • Utilize grupos de comunicação, como WhatsApp,, para manter o diálogo e o apoio constante entre os educadores. 

  • Dê protagonismo ao professor, estimulando que ele também atue como formador de seus pares. 

Aos poucos, você vai perceber que a cultura de colaboração se espalha e a formação deixa de ser obrigação para se tornar parte viva da rotina da escola. 

Porque educar é (e sempre foi) uma construção coletiva! 

Se a gente acredita que os estudantes aprendem melhor quando interagem, por que seria diferente com os professores?  

A formação por meio de comunidades de aprendizagem é uma forma de resgatar o sentido de ser educador: aprender com o outro, pelo outro e para o outro. 

E aí, pronto para começar uma comunidade aí na sua escola? 

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